6 de dezembro de 2011

Uma tragédia, muitos avisos



O trágico acidente no centro de Gravataí traz além de consternação para população e dor aos familiares pela perda, avisos para os órgãos que gerenciam o município.

Um carro forte ignorou a preferencial e bateu em um ônibus Sogil linha municipal que acabou avançando sobre o paradão no Centro. Duas vítimas fatais: uma senhora de 63 anos e uma menina de 18 anos, grávida. Poderia ter sido pior se o acidente tivesse acontecido minutos mais tarde, quando estariam por ali dezenas de crianças saídas das escolas da região.

É um momento trágico, que colocou Gravataí no cenário nacional. Mas esta tragédia traz vários avisos. Atitudes rápidas devem ser tomadas pelos órgãos públicos a fim de evitar acidentes piores.

1) Tem que ser revisto o trânsito de ônibus no centro, porque passageiros e paradas ficando em calçadas estreitas, com um pouco mais de um metro. Muitas vezes, pedestres ou quem espera o embarque ficam muito perto do meio-fio ou têm de invadir a pista dos carros para poder transitar.

2) A parada onde aconteceu o acidente, e muitas outras da cidade, estão no mesmo nível da faixa de veículos. É muito fácil um ônibus ou qualquer outro veículo abalroado subir a calçada e causar uma tragédia. Se nossas paradas tivessem a elevação dos corredores da Assis Brasil, onde há meio-fio de quase 50 cm, certamente o acidente teria sido menos grave.

3) Os famigerados quebra-molas “nascem” nas ruas de Gravataí, sem padronização de tamanhos ou critérios para instalação. Muitas vezes estão nas vias preferenciais, quando deveriam estar em vias de acesso as preferenciais. No caso do local do acidente, não há quebra-molas nem sinaleira. Porém, em locais com baixíssimo fluxo de veículos e sem cruzamentos há quebra-molas.

4) Vejam esta foto postada por Cristina Feldens no Facebook. Os dois ônibus da linha municipal Sogil são 033 e 036. As evidências e testemunhas dizem que os carros da Sogil não tiveram culpa. Mas os dois ônibus são IRREGULARES. Foram fabricados no ano 2000, há 11 anos. O contrato de concessão da Sogil com a prefeitura prevê que os ônibus devam ter, no máximo, 8 anos. A lei municipal exige, no máximo, 10 anos. Em ambos os casos os ônibus deveriam estar fora de operação. E se a tragédia fosse culpa da Sogil? E se, daqui alguns dias, um caco velho desses, fora da regulamentação se envolve em outra tragédia.

Uma tragédia aconteceu, está na hora de outras serem evitadas. O respeito à vida em primeiro lugar.

Um comentário:

Anônimo disse...

Neste caso, os carros da Sogil não tiveram culpa. Temos que ser imparciais.