27 de dezembro de 2011

Sogil faz propostas para a prefeitura

Sogil e prefeitura anunciaram com pompa e circunstância reunião que não decidiu nada sobre mudanças no trânsito. Tudo notícia velha, sem novidades. Mudanças velhas e inviáveis propostas pelo monopólio com a promessa de ter ônibus com mais frequência nas ruas. E, de quebra, em uma declaração de sua própria incompetência, a Sogil reclama das condições de conservação das paradas que é responsabilidade dela, Sogil.

As mudanças propostas

1) Corredor de ônibus. A Sogil propõe corredores de ônibus para agilizar o transporte. Desde novembro, com o anúncio da linha 2 do Metrô de Porto Alegre, ficou decidido que as cidades da Grande Porto Alegre terão corredores de ônibus. Inclusive está definido que Gravataí terá 8,8 km de faixas exclusivas para ônibus.
2) Laços de quadra. A Sogil propõe tirar os retornos de cima da Dorival para as ruas laterais. Há um problema que as ruas de Gravataí não são planejadas. Alguns laços terão 300m outros chegarão a 1,7 km sem contar que algumas ruas são muito estreitas onde não passa um ônibus ou caminhão, por exemplo.
3) Conservação de paradas. A Sogil reclama que as paradas estão mal conservadas. Paradas que no eixo da Dorival são de responsabilidade da Sogil. Ou seja, a Sogil assume a sua incompetência. Por outro lado, fica claro que a Sogil quer se livrar da responsabilidade assumida no contrato de concessão e passar o rolo para a prefeitura.
4) Distâncias das paradas. A Sogil pede padronização das distâncias das paradas, o que com a construção de corredores ficaria resolvido.

Conclusões

A Sogil não propõe nenhuma novidade extraordinária. As mudanças envolvem apenas o eixo, ou seja, as coisas continuarão ruins para quem está nos bairros. Os laços de quadra são quase inviáveis e prejudicam pessoas e motoristas que não usam ônibus. E a prefeitura terá mais ônus com o presente de grego da conservação de paradas e obras viárias e sinalização para os laços de quadra já que as verbas do governo federal são apenas para os corredores. E a maior frequência das linhas Sogil? Podem até acontecer, mas é bom dizer que o Mais Transporte que era para resultar em mais linhas acabou em redução de horários.

22 de dezembro de 2011

Retrospectiva 2011: FreeWay e Cachoeirinha

Em março iniciaram as obras da Flores da Cunha. E as obras na Flores da Cunha tornaram a vida do pessoal de Cachoeirinha e Gravataí um inferno. Foram horas e horas de atrasos e congestionamentos que duraram 9 meses. Mas a obra esta pronta. Pelo menos tem asfalto novo e boa sinalização. Já os congestionamentos... diminuíram, mas continuam a incomodar.

Tudo por causa da dona Concepa que impõe taxas de pedágios para quem se desloca de Gravataí. As autoridades espernearam, choraram, reclamaram mas não levaram. Não tem saída alternativa para Gravataí e Cachoeirinha, a não ser que o valor do pedágio seja praticamente dobrado. O assunto morreu! Assim como as expectativas da Concepa, disposta a investir quase R$ 1 bi na Ponte do Guaíba, em troca de mais 20 anos de exploração do pedágio da FreeWay.

Ficou a esperança. Em 2017 a concessão acaba e aí, quem sabe, se nenhum político e a população chupar bala, saem os acessos para Gravataí e Cachoeirinha. Até lá, só as obras atuais não serão suficientes e o trânsito nas duas cidades corre o risco de parar.

21 de dezembro de 2011

Palavrões no Sul

Se a coisa continuar assim, a relação passageiros e tripulação Sogil vai acabar em morte. A Sogil mostra ser incapaz de organizar uma tabela horária que seja adequada a população.

Ontem, depois de enfrentar o trabalho e um calorão de quase 40°C, muitos foram obrigados a esperar quase uma hora por um Sogil. Por exemplo, o Sul após às 19h30 tem intervalos de uma hora assim como o Vila Rica/Cohab. Pior é que o Sul que sai do centro de PoA passa quase no mesmo horário que o Vila Rica sai da 59. Ou seja, o passageiro que perde uma linha acaba perdendo as duas.

Terça, 20/dez, 20h40, linha Sul Ponte, carro 5049. Depois de quase 1h10 se arrastando e enfiando gente pra dentro, o ônibus chega com cerca de 70 passageiros na parada 59. Na parada estão 20 pessoas para se apertar dentro do ônibus. Quem sobe reclama. Estão a 50 minutos esperando um ônibus para o lado Sul. Gente se apertando, demora pra embarcar, calor, e a temperatura sobe. Aí dois passageiros e o cobrador começam...

- P****, 50 minutos esperando esta m**** e ainda não tem como entrar.
- Não gostou, tem um Cohab daqui 5 minutos, palhaço!
- É, não é tu que tá esperando a 50 minutos p** no c*. Quem garante que vem outro?
- Vai te f*** filho da p***, pega ônibus lotado, espera o outro que tá vindo, palhaço.
- F*** filho da p*** é tu, vai tomar no teu c*, faz teu serviço aí
- Vai te f*** filho da p***, palhaço, vai tomar no teu c*, liga pra empresa e reclama, palhaço.
- Ah vai te f***, palhaço, filho da p***. Vou descer na vila e tu vai tá de costa aí idiota. Te cuida...
- Vai ver que tenho medo, idiota.
- Beijinho, te amo!
- Ah, vai te f****.

Depois da discussão, o passageiro desceu e veio até a lateral do ônibus dando três murros na parede. E o Sogil seguiu sua viagem por outras 50 ruas de Gravataí.

E nós pagando para esperar, pra se apertar, pra xingar e os donos da Sogil, de certo, só no ar condicionado, chopinho e batata frita.

20 de dezembro de 2011

Restrospectiva 2011: Frota nova

Em fevereiro finalmente chegou a frota nova da Sogil. Foram em torno de 50 ônibus zero.

As coisas boas...
- o fim dos cacarecos amarelos
- ônibus novos com capacidade de 47 lugares acabaram substituindo outros de 40/44 lugares

As coisas ruins...
- nos primeiros meses muitos dos ônibus novos estragaram no meio do caminho
- a Sogil diminuiu os horários. De nada adiantou os ônibus terem mais bancos, pois havia menos ônibus circulando e lotação maior.

Enquanto isso ficaram circulando outras dezenas de latas velhas como os municipais 02 e 032 e os azuis 5018, 5010 e tantos outros com condições precárias. Pior, que a Sogil anunciou a próxima renovação só para 2014. Até lá esses cacarecos vão se desmanchando pelas ruas.

6 de dezembro de 2011

Uma tragédia, muitos avisos



O trágico acidente no centro de Gravataí traz além de consternação para população e dor aos familiares pela perda, avisos para os órgãos que gerenciam o município.

Um carro forte ignorou a preferencial e bateu em um ônibus Sogil linha municipal que acabou avançando sobre o paradão no Centro. Duas vítimas fatais: uma senhora de 63 anos e uma menina de 18 anos, grávida. Poderia ter sido pior se o acidente tivesse acontecido minutos mais tarde, quando estariam por ali dezenas de crianças saídas das escolas da região.

É um momento trágico, que colocou Gravataí no cenário nacional. Mas esta tragédia traz vários avisos. Atitudes rápidas devem ser tomadas pelos órgãos públicos a fim de evitar acidentes piores.

1) Tem que ser revisto o trânsito de ônibus no centro, porque passageiros e paradas ficando em calçadas estreitas, com um pouco mais de um metro. Muitas vezes, pedestres ou quem espera o embarque ficam muito perto do meio-fio ou têm de invadir a pista dos carros para poder transitar.

2) A parada onde aconteceu o acidente, e muitas outras da cidade, estão no mesmo nível da faixa de veículos. É muito fácil um ônibus ou qualquer outro veículo abalroado subir a calçada e causar uma tragédia. Se nossas paradas tivessem a elevação dos corredores da Assis Brasil, onde há meio-fio de quase 50 cm, certamente o acidente teria sido menos grave.

3) Os famigerados quebra-molas “nascem” nas ruas de Gravataí, sem padronização de tamanhos ou critérios para instalação. Muitas vezes estão nas vias preferenciais, quando deveriam estar em vias de acesso as preferenciais. No caso do local do acidente, não há quebra-molas nem sinaleira. Porém, em locais com baixíssimo fluxo de veículos e sem cruzamentos há quebra-molas.

4) Vejam esta foto postada por Cristina Feldens no Facebook. Os dois ônibus da linha municipal Sogil são 033 e 036. As evidências e testemunhas dizem que os carros da Sogil não tiveram culpa. Mas os dois ônibus são IRREGULARES. Foram fabricados no ano 2000, há 11 anos. O contrato de concessão da Sogil com a prefeitura prevê que os ônibus devam ter, no máximo, 8 anos. A lei municipal exige, no máximo, 10 anos. Em ambos os casos os ônibus deveriam estar fora de operação. E se a tragédia fosse culpa da Sogil? E se, daqui alguns dias, um caco velho desses, fora da regulamentação se envolve em outra tragédia.

Uma tragédia aconteceu, está na hora de outras serem evitadas. O respeito à vida em primeiro lugar.

2 de dezembro de 2011

Crise na Sogil: faltam cobradores e motoristas

E a coisa anda feia na Sogil! Basta ver nos letreiros dos ônibus do monopólio o apelo “motoristas trabalhem conosco”. Motoristas não querem enfrentar as carroças e as linhas longas e tortuosas da Sogil. O mesmo tem acontecido com os cobradores que não aguentam ônibus superlotados, os atrasos e as constantes reclamações dos usuários. Algumas vezes a discussão parte para a agressão.

A Sogil está ficando sem motoristas. Para cobradores a situação ainda está se resolvendo, por que estão contratando mulheres.

A situação piorou muito no monopólio nas últimas semanas. Informações dão conta que cerca de 50 funcionários pedem demissão da Sogil semanalmente. Um dos motivos seria a Stadtbus que começa a operar em Cachoeirinha neste final de semana. Lá terá ônibus com ar condicionado, bancos executivos para passageiros, motorista e cobrador. A nova empresa também terá lavadores para manter os ônibus limpos (o monopólio só tem um lavador por turno e os coitados não dão conta do recado!)

Além disso, a Stadtbus promete participação nos lucros, enquanto a Sogil só sabe lucrar às custas da população e não dá condições melhores de trabalho aos funcionários. Segundo informações que o blog recebeu, a Sogil não tem pago horas extras, sendo que muitos motoristas e cobradores ficam até 13 ou 14 horas a disposição do monopólio.

Enquanto isso, a gerente Ana Cristina Pereira recebe prêmio de responsabilidade social e o seu Sergio Pereira desfila num Porsche que vale o preço de uns quatro ônibus da Sogil.